
O Programa 96 rock divulga essa semana o seu novo MySpace devido a problemas técnicos no seu antigo.
• MySpace: http://www.myspace.com/programa96rockroll
O clipe está disponível no www.myspace.com/criticosloucos e www.criticosloucos.com.br
O Sepultura disponibilizou duas faixas de seu próximo disco para audição.
As faixas "The Treatment" e "We've lost you" podem ser ouvidas no MySpace da banda.
O álbum intitulado A-Lex, primeiro após a saída de Igor Cavalera do grupo, está previsto para ser lançado no dia 23 de janeiro.
A Defesa Civil Estadual, fonte oficial relacionada às inundações e deslizamentos ocorridos nos últimos dias
Segue a lista de contas bancárias oficiais da defesa civil:
Banco/SICOOB SC - 756 - Agência 1005, Conta Corrente 2008-7
Caixa Econômica Federal - Agência 1877, operação 006, conta 80.000-8
Banco do Brasil - Agência 3582-3, Conta Corrente 80.000-7
Besc - Agência 068-0, Conta Corrente 80.000-0.
Bradesco S/A - 237 Agência 0348-4, Conta Corrente 160.000-1
Itaú S/A - 341, Agência 0289, Conta Corrente 69971-2
SICREDI - 748, Agência 2603, Conta Corrente 3500-9
SANTANDER - 033, Agência 1227, Conta Corrente 430000052
BANRISUL - 041, Agência 0131, Conta Corrente 06.852725.0-5
Nome da pessoa jurídica é Fundo Estadual de Defesa Civil, CNPJ - 04.426.883/0001-57. Defesa Civil de SC alerta sobre ação de golpistas pela Internet. A Defesa Civil não envia mensagens eletrônicas com pedidos de auxílio.
Andreas Kisser convive com a ansiedade nos dias que antecedem o duelo decisivo entre o líder do Brasileiro e o Fluminense , neste domingo, no Morumbi. A vitória dará ao São Paulo o terceiro título consecutivo do torneio nacional, além do hexa no total. Mas o guitarrista do Sepultura não estará entre os mais de 63 mil torcedores que irão ao estádio, pois viajou para uma turnê nas Filipinas com a banda, na última quarta-feira. Antes de deixar o Brasil, prestou sua homenagem ao clube do coração, no melhor estilo "metal", com a execução do hino na guitarra (assista ao vídeo com a matéria completa)
- Não vou ver o título. Dos últimos Brasileiros, tive a oportunidade de estar no estádio em 2006, mas ano passado fui com a banda para a Índia. Fiquei sabendo de longe. Acompanho pela Internet, por rádio, e tenho três amigos que estão escalados para mandar mensagens de texto com tudo o que acontecer no jogo. Estarei distante, mas quem sabe assim não dá sorte novamente? - ressalta o músico.
Andreas volta ao Brasil na segunda e espera comprar todos os jornais, revistas especializadas e, claro, a faixa de campeão. Sem deixar de dar uma provocada nos rivais, lembra da discussão sobre quem seria o primeiro penta, que surgiu em 2007, quando o São Paulo conquistou o quinto título e reivindicou a "taça das bolinhas", cobiçada também pelo Flamengo . Ninguém levou o troféu especial.
- Qualquer um pode discutir quem é penta primeiro ou não, mas hexa não tem outro (risos) - diverte-se ele, que planeja ir a Brasília acompanhar o jogo da última rodada, contra o Goiás , porque o campeonato pode ser histórico para o clube.
Assim como os jogadores e a torcida, Andreas não acreditava que o Tricolor Paulista fosse se recuperar após estar a 11 pontos do então líder Grêmio.
- Estava confiante na Libertadores com o Adriano, mas perdemos em um jogo espetacular contra o Fluminense e aquilo deu uma baqueada no time, que demorou a retomar a alegria de jogar, mas sempre se manteve entre os primeiros seis colocados. E depois conseguiu uma seqüência de 16 jogos sem perder, algo que ninguém botaria fé, mas como o São Paulo é o time da fé, mostrou que era possível, e estamos a um ponto do tri.
A primeira vez do guitarrista no estádio foi em 1975, quando seu pai o levou para ver uma vitória tricolor por 1 a 0 sobre o Santos , com gol de Terto . Depois, sua geração acompanhou muitos momentos de glória. O maior do qual o músico participou foi do primeiro título da Libertadores, em 1992. Agora, ele ainda deseja realizar o sonho de ver o time em ação pelo Mundial de Clubes.
- Desde o primeiro Mundial tento ir com meu pai, mas a agenda de shows não permite. Estive no Japão logo depois do primeiro título e consegui material especial sobre o São Paulo com os fãs japoneses. Minha geração acompanhou todas as grandes conquistas do clube. Não poderia ter escolhido hora melhor para nascer - celebra o músico, hoje com 40 anos.
Goleiro amador, Andreas viu em Valdir Peres seu primeiro ídolo. Depois cultivou outros: Raí , Müller , Cerezo , Chulapa ... Mas hoje é fã de Rogério Ceni . Realizou um sonho de moleque ao conhecer o camisa 1, além de ver de perto o técnico Muricy Ramalho e a estrutura do clube.
- Ninguém chega perto do Rogério, que quebrou todos os recordes. É um cara que representa o time, assume ser são-paulino, joga com o coração. Acho que o Marcos (do Palmeiras) poderia ser comparado com ele por esta identidade com um clube, mas assim mesmo está muito longe do Rogério - destaca o músico, que coleciona camisas de futebol e tem cerca de 70 só do São Paulo. Algumas foram presentes do ídolo.
Por Redação Yahoo! Brasil
O rock brasileiro também tem suas estrelas, e para homenageá-las, foi criada a "Calçada da Fama do Rock Brasileiro". A exposição itinerante é a versão nacional da "RockWalk", que fica na famosa Sunset Boulevard, em Hollywood.
Na calçada da fama americana, nomes como John Lennon, Elvis Presley, Chuck Berry, Little Richard e Jimmy Page já deixaram sua marca. Por aqui, bandas como Mutantes, Sepultura e Inocentes, e artistas como Pepeu Gomes e Lobão, fazem parte dos homenageados. Músicos que já morreram também são lembrados, como Raul Seixas, Cazuza, Renato Russo e Silvinha Araújo.
Os artistas e bandas são escolhidos por um conselho que inclui o criador do projeto, Márcio Mota, e nomes conhecidos do meio musical nacional, como Eduardo Araújo e Nelson Motta.
A primeira exposição da "Calçada da Fama do Rock Brasileiro" foi em setembro deste ano, em São Paulo. Em 2009, outras capitais, como Belo Horizonte, Curitiba e Recife, devem receber a exposição.
Confira quem já faz parte da "Calçada da Fama do Rock Brasileiro":
Dr. Sin
Inocentes
Roupa Nova
Luiz Calanca
Eduardo Araujo
Cauby Peixoto
Paulo Ricardo
Nelson Motta
Ronnie Von
Sepultura
O Rappa
Charlie Brown Jr.
Jerry Adriani
Serguei
Fernanda Abreu
Pepeu Gomes
Arnaldo Baptista
Jota Quest
Shaman
Mutantes
Guilherme Arantes
Lobão
Ultraje a Rigor
Kiko Zambianchi
Reprodução/MTV EUA
Spencer Elden refaz capa do Nirvana aos 17 anos
Aos 17 anos, Spencer Elden refaz capa de Nevermind, de 1991, Saiu nesta segunda-feira, no site da MTV norte-americana, uma foto atual de Spencer Elden, o "bebê do Nirvana". Em 1991, Spencer estampou a capa do disco Nevermind.
Agora, aos 17 anos, o menino voltou a perseguir a nota de um dólar submerso numa piscina, só que de short. Ao site da MTV, Elden resumiu: "É estranho pensar que tanta gente já me viu pelado - me sinto como a maior estrela pornô do mundo".
A Rolling Stone EUA refez a capa em 2001, no aniversário de dez anos do disco.
A Rolling Stone Brasil, em sua décima edição, parodiou a capa de Nevermind com Homer Simpson perseguindo uma rosquinha - veja aqui.
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*Capa Original
Hoje, 6 de novembro, acontecerá a festa de lançamento oficial do site tocadastribus.com, no espaço Alta Tensão, a partir das 20h. Até as 21h todo mundo paga meia.
O evento contará com a apresentação das bandas Críticos Loucos, La Cecília, Abrindo o Verbo e Vento Azul.
O site criado em Agosto deste ano tem o objetivo de promover uma ligação cultural entre todas as tribus. Direcionado para os assuntos artísticos, englobando todas as vertentes culturais como música, teatro e audiovisual. Além disso, a proposta é fomentar o espaço para bandas locais no Estado valorizando a cultura urbana e fortalecendo o circuito de eventos desse ramo em Palmas.
A intenção é criar uma interatividade com o ciber-ativista que busca estar informado e atualizado nessa área. Contamos com a sua presença no evento para que a promoção de uma noite cultural no cenário tocantinense seja legitimada.
A banda é um dos destaques do lançamento oficial do tocadastribus.com que acontecerá amanha, 6 de novembro, no espaço Alta Tensão. E na sexta-feira, dia 7, a banda estará no programa 96 Rock (na 96 fm) pra falar sobre o aniversário e muitas novidades.
Você pode interagir com a banda através da comunidade do orkut da banda ou pelos links:
www.myspace.com/criticosloucos
www.tramavirtual.com.br/criticosloucos (Todas as músicas do CD Coisas do Além disponíveis pra download)
Como critério de seleção, foram escolhidas apenas obras lançadas entre 1984 (ano em que as bandas de Seattle começaram a misturar punk com metal, segundo o pesquisador e escritor Michael Azerrad) e 1996 (ano em que o Soundgarden lançou "Down on the upside" e o Screaming Trees lançou "Dust", seus últimos discos de estúdio).
Clique para ouvir uma seleção de músicas do grunge
1. In utero - Nirvana (Geffen, 1993)
Quando o mundo ainda digeria a explosão de "Nevermind", o Nirvana surpreendeu novamente com um disco mais cru, agressivo e pesado. Ao mesmo tempo, porém, "In utero" trazia um Kurt Cobain introspectivo, com baladas inspiradas no rock'n'roll dos anos 1950 e letras mais incisivas do que nunca.
Em "Pennyroyal tea", ele canta: "Sit and drink pennyroyal tea/ Distill the life that's inside of me/ I'm anemic royalty". Ao jogar com a sonoridade das palavras – pennyroyal tea é um tipo de chá abortivo, mas também soa como penny royalty, ou "a realeza miserável" –, Cobain expõe com sensibilidade cortante a contradição fundamental da música dos anos 1990, da qual ele foi vilão e mártir.
Em "Very ape", ele avisa, cheio de auto-ironia: "If you ever need anything please don't/ Hesitate to ask someone else first/ I'm too busy acting like I'm not naive" ("Se você um dia precisar de algo/ Não hesite em pedir a outro primeiro/ Estou muito ocupado tentando não parecer ingênuo").
Gravado com perfeição pelo herói underground Steve Albini, "In utero" é o resumo exato de tudo que o grunge significou: peso, lentidão, punk, metal, pop, sarcasmo e um senso de humor inteligente, despretensioso e que vivia em constante flerte com o abismo. Ainda não inventaram termo mais adequado para definir algo assim do que "obra-prima".
2. Nevermind – Nirvana (Geffen, 1991)
Em 1991, o Nirvana já tinha deixado de ser uma banda obscura – de uma cidade mais obscura ainda – para ser um nome conhecido no circuito universitário dos EUA. Para o segundo disco, Kurt Cobain queria se distanciar da sujeira lo-fi de "Bleach" e partir para refrões mais melódicos, inspirados em seus heróis R.E.M. e Pixies.
Quando o trio assinou com a Geffen Records, já se esperava que eles pagassem o investimento de US$ 65 mil. Mas o que veio em seguida não cabia nem nos sonhos mais febris dos executivos da gravadora. Na esteira do sucesso estrondoso de "Smells Like Teen Spirit", Nevermind vendeu milhões (até hoje, estima-se, foram mais de 26) e desbancou medalhões como Michael Jackson, U2 e Metallica.
Com uma coleção irretocável de hits, "Nevermind" era a síntese do melhor do rock nas duas décadas anteriores: estão ali o punk dos Sex Pistols, o pós-punk do Raincoats e do Killing Joke, o sludge metal do Melvins, o college rock dos Replacements. Por causa deste disco, 1991 ficou conhecido como o ano em que o mundo finalmente se rendeu ao ritmo feio, sujo, niilista e de humor implacável que perambulava os subterrâneos desde o final dos anos 1960.
Se "Superfuzz Bigmuff" é o disco clássico do Mudhoney, "Every good boy..." é onde o quarteto eleva a riqueza de suas referências underground à máxima potência. Aqui, a podreira herdada dos Sonics e Stooges, que delineou o início da carreira do grupo, se encontra com raízes mais profundas, como a surf music e o blues.
À vontade sob a batuta do produtor e amigo Conrad Uno, Mark Arm e Steve
Turner experimentam com gaita, órgão e violão.
Mas o requinte das criações não significa cair no esnobismo ou no vazio experimentalóide: "Let it slide" e "Something so clear" são clássicos dignos da melhor tradição do garage rock do Noroeste dos EUA. Em "Thorn", Steve Turner injeta gasolina em uma base rockabilly enquanto Mark Arm uiva, entre Iggy Pop e Ozzy Osbourne, "I've got a thorn in my side/ About the
size of your eye" ("Tem um espinho enfiado no meu corpo/ Do tamanho do seu olho").
O disco segue com o pé no acelerador em "Into the Drink", um dos melhores refrões do Mudhoney e grunge até o fundo do copo. Arm já declarou que para ele a guitarra de Turner é equivalente a um quadro do pintor expressionista Jackson Pollock. Aqui, as cores adicionadas aos contornos obtusos do Mudhoney dão força especial à analogia.
4. Superunknown – Soundgarden (A&M,
1993)
O Soundgarden sempre representou a variável metal na equação do grunge. Mas o background punk dos integrantes da banda – especialmente do guitarrista Kim Thayil – evitou que eles ficassem ao lado de Metallica e Guns N' Roses na história do rock.
Desde o lançamento do EP "Screaming life" – um dos primeiros discos do catálogo da Sub Pop –, ficou claro que, além das levadas à Led Zeppelin e dos riffs arrastados à Black Sabbath, a banda agregava idéias gestadas no underground norte-americano dos anos 1980. Em "Superunknown", essas influências encontram o ápice criativo de um grupo que minimizou, como poucos conseguiram à época, o desgaste do sucesso comercial.
As afinações peculiares da guitarra de Thayil produzem momentos memoráveis, como o solo da faixa-título e os acordes mortificantes de "The day I tried to live". Chris Cornell alterna a agressividade de costume, em faixas como "Let me drown" e "My wave", com duas baladas surpreendentes, "Fell on black days" e o maior sucesso da banda até hoje, "Black hole sun".
5. Bricks are heavy – L7 (Slash, 1992)
Quando o grunge parecia irremediavelmente dominado por machos atormentados de Seattle, um quarteto de garotas da Califórnia jogou tempero na mistura. Gravado por Butch Vig, mesmo produtor de "Nevermind", "Bricks are heavy" era sujo como um disco grunge tinha que ser, mas trazia ironia, engajamento e diversão em doses inéditas entre as 40 mais tocadas nas rádios de então.
Em "Wargasm", Donita Sparks canta contra a guerra no Iraque (a daquela época) bradando "The Pentagon knows how to turn us on" ("O Pentágono sabe nos deixar com tesão"). "Everglade" é um típico hino riot grrrl com espírito hot-rod e levada grunge. O eterno hit "Pretend we're dead" usa o refrão irresistível para tentar virar o jogo da apatia juvenil dos anos 1990.
Defensoras do aborto, banidas da coalizão cristã, nenhuma banda feminina apavorou tanto quanto esta, e nenhum disco de garotas punk chegou tão longe quanto este.
6. Sweet oblivion – Screaming Trees (Epic, 1992)
De todas as bandas do grunge, o Screaming Trees talvez seja a que mais tenha dado continuidade à trilha aberta por bandas como Replacements, Pixies e R.E.M. nos anos 1980. Em adição ao college rock desses nomes, porém, Mark Lanegan e os irmãos Gary Lee e Van Conner incorporaram referências da psicodelia, do folk, do country e do hard rock, criando uma obra tão única quanto subestimada.
Em "Sweet oblivion", segundo disco dos Trees por uma grande gravadora, essas influências aparecem por todo o disco, balanceadas pela voz aveludada e inconfundível de Lanegan. Em "Shadow of the season", "Dollar bill" e na saudosa "Nearly lost you" (incluída na trilha sonora do filme "Singles – vida de solteiro", que retratava a Seattle dos anos 1990), sua voz e suas letras atingem um nível de refinamento que o coloca entre os grandes nomes daquela geração.
7. Stoner witch – Melvins (Atlantic, 1994)
O fato de um disco como "Stoner witch" ter sido lançado por uma grande gravadora é prova do delírio dos anos grunge e do poder da palavra de Kurt Cobain. Idolatrados pelo líder do Nirvana, King Buzzo e cia. lançaram três primores do horror pela Atlantic, dos quais este é o segundo.
Sucessor do também clássico "Houdini", de 93, "Stoner witch" ajudou um número maior de pessoas a entender melhor os motivos por que o Melvins é uma referência tão forte aos grupos do grunge.
Estão aqui todos os elementos mais prezados pelos supergrupos da época: guitarras modorrentas, climas febris, baterias tão rudes como complexas, levadas hardcore, humor niilista.
Além disso, os fraseados de guitarra de Buzzo e a métrica absurda da bateria de Dale Crover em faixas tão distintas como "Sweet willy crowbar" e "Goose freight train" borram a fronteira do grunge em direção ao free jazz.
Esse lado dos Melvins, que atingiu seu auge em "Stoner witch", é influência direta de uma escola de desajustados que vai de Mike Patton a Mastodon. Bíblia de referência para a memória seqüelada do grunge.
8. Ten – Pearl Jam (Epic, 1992)
Ainda que muitos torçam o nariz para os trejeitos hard-rock deste disco – que a banda tentou escamotear a todo custo no decorrer da carreira –, é inegável que "Ten" teve um papel central na explosão não só do grunge mas de todo o chamado rock alternativo.
Fruto da dissolução do Green River – banda seminal de Seattle, mas mal resolvida musicalmente –, o Pearl Jam já nasceu como candidato assumido ao posto de banda grande.
Puxado pelo sucesso do grupo na edição do Lollapalooza daquele ano, "Ten" foi reproduzido incessantemente nas rádios college e estourou para as FMs.
Incorporando um groove funkeado – algo entre Red Hot Chili Peppers e Fugazi – a riffs vindos do hard-rock e do heavy metal, a guitarra de Stone Gossard foi o veículo perfeito para a voz potente e grave de Eddie Vedder, que fugia de todos os padrões desse estilo na época.
Retratando de forma incisiva a distopia da Geração X, músicas como "Why go" e a épica "Jeremy" se tornaram hinos instantâneos. Atormentado, paranóico e com um talento único para refrões, Eddie Vedder ocupou nos anos 1990 um posto semelhante ao que havia sido de Pete Townshend nos 1970.
9. Jar of flies – Alice In Chains (Columbia, 1994)
Depois da detonação desenfreada de "Dirt", "Jar of flies" soou como o primeiro passo de sensatez depois da ressaca. Aqui, o guitarrista Jerry Cantrell assume mais intensamente a parte criativa e explora como nunca suas influências de blues e country.
O resultado são músicas como a excepcional "No excuses", em que as camadas de violão e guitarra dialogam categoricamente com os vocais, trabalhados à perfeição.
Em "I stay away", os arranjos de cordas suavizam e amplificam a dramaticidade do vocal de Layne Staley.
Fruto de um trabalho cuidadoso de arranjos e de uma maturidade lírica única na carreira do AIC, "Jar of flies" é o saudoso sinal de um rumo interessante que a carreira da banda poderia ter tomado, caso não houvesse sido aniquilada pelas drogas.
10. Superfuzz Bigmuff + Early Singles - Mudhoney (Sub Pop, 1990)
Para bom entendedor, o título desse disco diz muito. Juntos, os pedais de efeitos Superfuzz e Bigmuff criaram o drive que delimitou a fronteira entre o garage punk do Nordeste americano – símbolo da vizinha Bellingham, lar da Estrus e dos Mono Men – e o grunge de Seattle. Se o grunge existe, disse Mark Arm, ele é um estilo de guitarra. Se levarmos isso como verdade absoluta, este disco é o grunge.
Com esta reedição de 1990, a Sub Pop tentou capitalizar com a atenção que o Mudhoney tinha recém-despertado no mundo. Bruce Pavitt e Jonathan Poneman, donos do selo, aproveitaram o momento e adicionaram às seis faixas do clássico de 1988 os singles do começo da carreira do Mudhoney e dois covers, "Hate the police", do Dicks, e "Halloween", do Sonic Youth.
Assim, pela primeira vez, os fãs puderam finalmente ouvir "Touch me I'm sick", "Sweet young thing (ain't sweet no more)" e "In 'n' out of grace" de uma tacada só. O resto é história.
11. Incesticide – Nirvana (Geffen, 1992)
Apesar de sofrer com a falta de unidade, esta compilação traz um retrato fundamental do processo de transição da banda barulhenta e indigesta de "Bleach" para a plenitude barulhenta e pop de "Nevermind". Fruto de gravações feitas entre 1988 e 1991, estão aqui desde o cover indie-punk de "Molly's lips", dos Vaselines, a "Aneurysm", épico que antecipa os melhores momentos de "Nevermind" e "In utero".
O tom displicente da coletânea é ideal para que se possam apreciar outros elementos do quebra-cabeça do Nirvana, seja a arte da capa, desenhada por Kurt Cobain, seja o trocadilho do título – que joga com as palavras "incesto", "homicídio/suicídio" e "inseticida".
Sem o peso dos discos oficiais, "Insesticide" mostra um Cobain relaxado, se divertindo com os parceiros de banda e com as palavras, talento ímpar herdado de Frank Black e John Lennon.
12. Solid action – U-Men (Chuckie Boy, 2000)
Apesar de ter sido lançado em 2000, "Solid action" é um ajuste de contas com raízes muito remotas do grunge. Reunindo músicas compostas entre 1984 e 1989, esta coletânea resgata com precisão a carreira errática de um dos pioneiros do som de Seattle. Junto com Melvins, Soundgarden e Green River, os U-Men foram uma das primeiras bandas da região dignas de atenção externa.
No comando da voz tensa de John Bigley, o grupo excursionou intensamente e abriu as portas da região para seus colegas. As letras e o ethos emanado das músicas de "Solid action" colaboraram profundamente com o senso de humor e a amplitude musical que fizeram de Seattle uma cidade única no mundo do rock. Essencial para qualquer pessoa que queira conhecer o elo perdido entre o grunge do Nirvana e do Babes In Toyland e o pós-punk do Gang Of Four e do Fall.
13. Wrecker! – Mono Men (Estrus, 1992)
Vindos da barulhenta Bellingham, vizinha de Seattle no estado de Washington, os Mono Men eram os principais expoentes do selo Estrus, que revelou bandas como Man or Astro-man? e Mummies.
Fortemente influenciado pelo proto-punk de bandas como The Sonics, Wrecker! traz uma coleção irretocável e irresistível de hits garage-punk, que rivalizam com os melhores momentos de Mudhoney e Monkeywrench.
Disco essencial em qualquer festa genuinamente roqueira.
14. Down on the upside – Soundgarden (A&M, 1996)
Em 1996, o mundo do rock já vivia a decadência do grunge comercial. A morte de Kurt Cobain, dois anos antes, e a ascensão do britpop e da música eletrônica aceleravam o final do prazo de validade dos últimos remanescentes. Em seu último disco, o Soundgarden refinou ainda mais o lado progressivo e psicodélico de "Superunknown" e levou o grunge à inevitável singularidade, ao limite em que ele deixou de ser o que era para se tornar outra coisa.
Analisadas nos dias de hoje, músicas como a catártica "Pretty noose", "Blow up the outside world" e "Burden in my hand" têm a melancolia de um aceno de adeus, como de alguém que não tem certeza se gostou ou não da viagem, mas que sabe não ter saído dela como entrou. Um adeus digno a uma carreira que se confunde com os próprios anos 90.
15. Fontanelle – Babes in Toyland (Reprise, 1992)
Aos olhos do mercado, o Babes in Toyland sempre foi "a banda de meninas número dois" do grunge. Por isso, suas músicas elegantes e inteligentes nunca tiveram o impacto que poderiam ter tido. "Fontanelle" é um marco na história do movimento riot-grrrl, por sua crueza, pela ferocidade das letras e pelo auge interpretativo de Kat Bjelland.
Mais do que isso, porém, este disco traz uma riqueza de referências invejavelmente equilibradas, que vão de Melvins à fusão de noise, jazz e punk. Influência direta de bandas como Elastica e Metric.